Livremente inspirado na obra “O Soldado Fanfarrão”, de Plauto, o Grupo Carroça realiza, no próximo dia 10 de julho, a estreia aberta de seu mais novo trabalho para o público de Goiânia. “As Fanfarronas”, montagem exclusivamente composta por mulheres, será apresentado na praça do Jacaré, no Setor Crimeia Oeste, às 19 horas. A apresentação contará com acessibilidade em Libras.  Este projeto é realizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, operacionalizado pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura.

O mais novo trabalho do Grupo Carroça subverte convenções e dá voz às mulheres em cena, ressignificando o riso e a comédia a partir de seus próprios olhares. “As Fanfarronas”  teve a sua estreia no dia 21 de junho, em Alto Paraíso de Goiás, e também foi apresentado no dia 12 de junho, na Associação de Idosos Balneário Meia Ponte. O grupo ainda fará uma apresentação, no segundo semestre, em uma escola pública de Goiânia.

O espetáculo teatral conta a história de duas mulheres: Filocomásia, sequestrada por um soldado que a tomou como esposa, e Palestriã, antiga criada que também é prisioneira. Enquanto debocham das figuras masculinas ao redor, criticam as bizarrices do patriarcado e lutam para romper as correntes reais e simbólicas que ainda as aprisionam. 

Uma montagem de mulheres

Em palco, o espetáculo terá as atrizes Camila Freitas, Elyza Sal, Lidiane Leles e Paula de Paula, todas formadas em Artes Cênicas. As artistas, integrantes do Grupo Carroça, tiveram seu primeiro contato com a obra “O Soldado Fanfarrão”, de Plauto, durante a graduação. Em 2024, completando-se dez anos desde esse encontro inicial, as atrizes revisitaram o texto clássico e perceberam a potência de adaptar a obra a partir de uma perspectiva feminina. Foi desse impulso criativo e do desejo de criar uma montagem composta apenas por mulheres que surgiu “As Fanfarronas”.

Camila Freitas, uma das atrizes do grupo, explica que, passados os anos, elas perceberam que, para remontar o espetáculo, precisariam de uma nova perspectiva na dramaturgia. “O lugar das personagens femininas deveria ser de protagonismo e condutoras de suas próprias narrativas. Foi assim que formamos uma equipe composta em sua maioria por mulheres e, subvertemos toda a lógica do texto original e da montagem feita há dez anos atrás”.

A linguagem do trabalho é o grotesco e, uma das suas características, é a subversão. A diretora, Izabela Nascente, justifica essa escolha. “A mulher na sociedade é o ser que mais foi reprimido na história da humanidade. Tendo isso em vista, a gente se coloca como esse corpo grotesco, esse corpo subversivo de um padrão, de uma norma. A gente trabalha esse texto escancarando as questões que nos incomodam”, explica.

O Grupo

Grupo Carroça é um grupo de teatro fundado em setembro de 2005, nos corredores do antigo curso técnico de interpretação da escola de artes Veiga Valle, em Goiânia, sob os auspícios do professor Hugo Zorzetti. Desde então, tem se dedicado à pesquisa e produção de comédia popular. Com 20 anos de trajetória, o grupo tem desenvolvido um trabalho contínuo que se destaca pelo diálogo constante com o público, devido às circulações por escolas e praças públicas da capital e do interior de Goiás, viabilizadas por editais e leis de incentivo estadual e municipal.  

Ficha técnica:

Direção geral: Izabela Nascente; atrizes: Camila Freitas, Elyza Sal, Lidiane Leles, Paula de Paula; direção Musical: Paula de Paula; adaptação dramatúrgica: Raquel Rosa (supervisão geral), Izabela Nascente, Camila Freitas, Elyza Sal, Lidiane Leles e Paula de Paula; figurinista: Jéssika Hannder; cenógrafo: José Salu; designer gráfico: Antônio Di Medeiros; fotografia: Antônio Di Medeiros e produção geral e produção executiva: Camila Freitas.